Os textos
abaixo relatam o destino de pessoas que moravam em favelas do Rio de janeiro. Em
modelo de crueldade, ambas foram assassinadas, porém o tratamento dado pelo Estado
na investigação dos casos, com certeza é diferente.
O primeiro caso teve a morte de um pedreiro (não
sabemos se inocente ou culpado) por policiais militares. O segundo caso, o
assassinato de uma jovem mãe na presença do filho (não se sabe qual
envolvimento desta com o mundo do crime).
O
questionamento que se vislumbra dos casos em tela diz respeito ao tratamento
dado pela imprensa e pelos direitos humanos.
No caso
do Amarildo as investigações foram contundentes, com indiciamento de 25
policiais. As perguntas são inevitáveis:
1-
Se o Amarildo era um simples pedreiro por
que tantos envolvidos no crime?
2- Amarildo sustentava todos da casa
trabalhando como ajudante de pedreiro realmente?
3-
Uma pensão vitalícia para a sobrevivência de
todos os parentes do Amarildo (mulher, filhos, enteados, primos, irmãos etc.)?
4-
Os parentes da mulher assassinada e de tantos outros brasileiros ceifados na impunidade violenta deste Brasil romântico com bandidos, terão o
mesmo tratamento?
5-
A polícia fará ou fez a mesma investigação?
6-
Os vários policiais mortos em serviços, os
familiares têm o mesmo tratamento?
7-
Será que estão invertendo as coisas, o
policial é o bandido e os bandidos são os coitados defendidos pelos direitos
desumanos?
Por uma
esteira imoral e ilegal, a ordem natural vem sendo invertida. Os bandidos têm
ampla defesa e, quando presos logo são soltos, porém, são libertos formados
pela escola carcerária do crime , fazem barbaridades nas ruas cientes da
impunidade.
Na Constituição
Federal a regra de que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade”.
Com
efeito, somente mais duas perguntas:
1-na
medida de suas desigualdades, realmente todos são iguais perante a lei?
2-
Perante a lei somos iguais, todavia, na aplicação das regras o direito do
bandido, a liberdade, são mais valolizados do que a vida?
Enfim,
gritamos do Ipiranga as margens plácidas da impunidade; cassados com o
brado retumbante dos direitos desumanos; olhamos o sol da Liberdade, em raios
fúlgidos, brilhar no céu da Pátria constantemente, enquanto os jovens são
destruídos pelas drogas e pela violência pandêmica.
Vamos
aumentar a violência em 2014?
As
reportagens:
Mulher é
morta em casa na frente do filho em favela com UPP no Rio
Uma mulher foi morta na madrugada deste domingo
(27) na porta de casa, na avenida Miguel Salazar Mendes de Moraes, que fica na
Cidade de Deus, zona oeste do Rio de Janeiro. Lúcia Araújo Moraes Peixoto, 32,
foi assassinada com três tiros na frente do filho.
A Cidade de Deus é ocupada por uma UPP (Unidade de
Polícia Pacificadora) desde fevereiro de 2009. Há dez dias, um policial da UPP foi morto durante uma abordagem a
suspeitos na comunidade.
Advogado quer prisão de secretário de
Planejamento do RJ por falta de pensão à família de Amarildo
João Tancredo alega ainda que os
filhos do pedreiro não receberam ajuda psicológica.
Segundo o
MP, Amarildo foi torturado e morto em um espaço atrás da UPP da Rocinha Reprodução Rede Record
O advogado da família de Amarildo de Souza, João
Tancredo, entrou com um pedido de prisão na tarde desta quarta-feira (23)
contra Sérgio Ruy Barbosa, secretário estadual de Planejamento do Rio de
Janeiro. A alegação é de que o Estado desobedeceu uma ordem judicial e não
pagou salários mínimos à mulher e aos filhos do pedreiro Amarildo Dias.
Tancredo argumenta que já são dois meses de
atraso do pagamento da pensão, que serve como uma medida provisória para
diminuir os transtornos causados pelo desaparecimento de Amarildo, em 14 de
julho. De acordo com o Ministério Público, 25 policiais militares da UPP
(Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha, na zona norte do Rio, estiveram
envolvidos na tortura e no desaparecimento do corpo.
http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/advogado-quer-prisao-de-secretario-de-planejamento-do-rj-por-falta-de-pensao-a-familia-de-amarildo-23102013